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Imagine com Zayn Malik - The Only One


Pedido feito por: Louehtml | tumblr

Coloque para tocar. 


“ Londres, 3 de fevereiro de 2017.

                                                             Querida (S-N)

Ontem eu estava sentado em uma das mesas do grammy. Milhares de pessoas estavam também. Uma pergunta ecoava em minha mente. ‘Porque ela, depois de tanto tempo? Porque ela, se ainda há milhões que poderiam estar no lugar dela? Porque ela se há milhares mais bonitas?’
E se você quer saber eu demorei pra responder. Na verdade, não respondi. Você pode me odiar por isso, mas eu não sei.
Porque você?
Não sei!
 Deve ser por isso que eu estou te escrevendo agora, pra descobrir com você o porquê depois de tanto tempo, eu ainda só tenho olhos pra você.
Eu me lembro do início das aulas. Estava muito frio. As garotas fofocavam sobre como o garoto do oitavo ano era bonito. Ele nunca teria olhos pra ela, essa é a verdade.
Mas foi ai que eu te vi. Você entrou na sala acompanhada da senhora Elliot, estava embrulhada em uma roupa de frio muito grossa. A professora pediu pra que você se apresentasse, e você mal conseguia falar com aquele monte de roupas. Foi engraçado.
Você tinha um sotaque diferente, Candice sussurrou para Linda “estrangeira”. E a palavra ecoou dentro da minha cabeça. Me perguntei se você falava inglês, porque com as roupas e o sotaque era difícil saber em que língua você estava falando.
A professora pediu pra você sentasse comigo já que o seu material ainda não estava com você. Na hora, não percebi mas seja lá o que for que comanda nossas vidas, Deus ou destino, alguém colocou você ali pra mim. Pense. Poderia ter sido qualquer pessoa daquela sala, mas fui eu.
A primeira aula foi de matemática, e eu achava que sabia tudo, até você desembrulhar sua mão pequena e me mostrar que sete vezes nove não era 56, isso era sete vezes oito. Eu ri sem graça, mas você não se importou e me ajudou.
Na aula de artes, nós pintamos um quadro, a mesma tela. Você pintava a esquerda e eu a direita. Sua parte estava horrível. O que era aquilo? Não me diga que você estava tentando desenhar uma pessoa?
Você era tímida, mas a minha mão coçava pra que eu puxasse um assunto. E eu disse a primeira coisa que me veio à mente “De onde você é?” Antes de me responder você tirou o casaco, e eu me senti aliviado por não ter que ficar procurando onde seus olhos estavam. Eu mal ouvi quando você sussurrou um “Brasil”. Eu nunca deixei você saber, mas naquele momento eu passei a amar o Brasil.
‘É por isso que você está com tanto frio né?’ Eu perguntei inocente, e você riu. Era uma risada bizarra e tímida. Eu perguntei o seu nome, e tentei me apresentar, mas você disse que já tinha escutado a professora dizendo. Ah (S-N), se você soubesse que as coisas seriam mais fáceis se você tivesse fingido que não sabia o meu nome. Eu fiquei sem saber o que dizer depois. Durante toda a aula de artes, na verdade. No fim, para a minha surpresa foi você quem disse algo. ‘Meu desenho está bonito, Zayn?’ Você estava brincando né? Alguém já te disse que você não tem talento algum pra arte? ‘Está lindo, (S-N)’.
No intervalo eu sentei com você e a sua lancheira da pequena sereia.
- Ei Zayn, venha, vamos jogar futebol.
- Não, obrigado. – Eu respondi.
- Você pode ir jogar se quiser Zayn. – Você disse, e meu coração acelerou sussurrando baixinho o quanto eu não queria sair de perto.
- Tudo bem. Eu vou ficar aqui, se você não se importar.
Você apenas negou com o rosto, e eu te vi tirar um lanche enorme de dentro da sua bolsinha. Acho que nunca conheci alguém com o apetite como o seu.
- Eu jogo futebol... – Você começou, prestando atenção em um creme marrom dentro de um potinho. – Mas eles dizem que meninos não jogam com meninas porque nós só atrapalhamos.
- Eu não acho isso. - Olhei novamente para o creme. – O que é isso?
- É brigadeiro. Você quer?
- Minha mãe disse para não comer coisas estranhas.
Pela primeira vez você me olhou dentro dos olhos, mesmo que parecesse furiosa com aquela careta.
- Isso não é estranho! É muito gostoso, se não quer não precisa falar mal.
- Desculpa... – Você ficou em silêncio por um bom tempo, e inconscientemente eu me desesperei. Você não ia me desculpar? – Me dá um pouco de brigadeiro?
Relutante e brava você me deu, e quer saber? Você tinha toda razão, aquele era o melhor doce que existia.
Na aula de geografia, o professor pareceu encantado com uma brasileira na sala, e pedia pra você ressaltar as belezas do seu país. Mas você não conhecia muitas, você apenas dizia que na sua cidade não tinha muita coisa.
Ao longo da semana, os meus amigos sempre reclamavam sobre como eu estava deixando-os de lado por você, mas eles não sabiam que jogar futebol ou pintar quadros já não era mais tão legal se você não estivesse.
Eu te levava até a porta do ônibus todos os dias, e depois ia para o carro da minha mãe. Ela sempre ficava brava comigo porque eu demorava demais para entrar, mas ela também não sabia que pra mim, te levar até o ônibus poderia evitar que você sofresse algum acidente no caminho.
Com três meses que nos conhecíamos, você era a minha melhor amiga. Eu não suportava ficar perto das outras meninas, mas com você era tudo diferente, mesmo que parecesse tão igual.
Você se lembra de quando eu te ensinei a andar de bicicleta? Nós estávamos na minha rua, e você estava morrendo de medo de cair.
- Por favor Zayn, não me solta. – você implorou apertando a minha mão que estava na sua cintura. Eu puxei seu rosto para mim, fazendo com que você olhasse nos meus olhos.
- Eu não vou te soltar. Confia em mim. – Você assentiu antes que eu começasse a empurrar a bicicleta aos poucos.
Eu te soltei, quando você se sentiu segura. E bem, você caiu e machucou feio. Eu realmente achava que limpar as suas lágrimas e acariciar o seu braço fariam alguma diferença. Eu nunca me desculpei por isso, então... Me desculpa, não foi a minha intenção.
Você era tão preguiçosa na aula de artes, mas eu estava tão louco por você que não me importei. E quer saber? Ninguém podia negar que nós fazíamos uma bela dupla, você me ajudava com a matemática, e eu com os desenhos.
Eu me lembro exatamente do dia em que eu percebi que a nossa inocência era brilhante, nós já estávamos na sexta série e eu continuava te levando até a porta do ônibus. Foi na sexta série que você pintou flores no meu caderno, e todos os meninos me chamaram de menininha. Eu quis te agarrar pelos cabelos e te jogar longe. Mas só foi ver o seu biquinho e o seu pedido de desculpas que a única vontade que sobrou era a de te abraçar.
Na sétima série você não era mais a mesma. Não gostava de ficar mais comigo, estava sempre sozinha e com o rosto abaixado. Eu não podia mais te levar até o ônibus, você ia a pé. Você podia não saber, mas eu rezava para que nada de ruim te acontece toda vez que você saia da escola. O pouco que você falava comigo, acabou. Eu fiquei meses me perguntando se tinha feito alguma coisa. A sua lancheira não era mais da pequena seria. Você não tinha mais lancheira. Você não comia.
O seu cabelo estava caindo, e você sempre chegava na escola com cara de choro. Você afastou as poucas amigas que tinha. Era você e o seu mundo impenetrável.
Foi na primeira semana de setembro, você corria toda vez que saia da escola. O ônibus voltou a te buscar, ouvi você dizer que precisava chegar logo. Mas você nunca dizia onde queria chegar. Você não prestava mais atenção em matemática, e eu havia ficado sem ajuda. Tudo o que você fazia era escrever cartas e mais cartas. Para quem elas eram?
A diretora te chamou uma vez, e a sala se encheu de sussurros sobre você estar encrencada, eu não podia acreditar, você jamais faria algo de ruim. Você voltou chorando muito, a professora te abraçou e disse que tudo ia ficar bem. Um homem apareceu na sala, era o seu pai. Mas eu não conhecia. Ele parecia estar se fazendo de forte. Você guardou o seu material e foi embora, sem me olhar.
Se você soubesse quanto medo correu pelas minhas veias. Eu tive medo de você ir embora, de talvez não voltar mais para mim. Você faltou a semana toda. Todo mundo sentia a sua falta, mesmo que ninguém admitisse.
Um dia a minha irmã passou mal, e nós corremos para o hospital. Você estava lá, balançando os pés bambos na cadeira, sua cabeça estava baixa, e eu vi o seu pai conversando com um homem de branco, em frente à um quarto.
O médico se abaixou até você e pediu pra que você o acompanhasse. Você se foi enquanto seu pai entrava na quarto. Vocês foram até a lanchonete, e ele fez você comer bastante. Ele te pagou até um pirulito. Ele te fez sorrir pela primeira vez em muito tempo, e eu fiquei com vontade de estar no lugar dele.
Você entrou no quarto com o seu pai, enquanto eu esperava sentado na cadeira onde você estava há pouco. Você voltou e me viu lá. Eu sei que você não queria conversar, mas eu não podia mais aguentar. ‘Minha mamãe está muito doente’ você disse, mas os seus olhos continham um brilho diferente, eles me fizeram ter esperanças pra que seja lá o que ela tivesse, melhoraria logo.
‘Quando você dizia que tinha que chegar rápido, estava vindo pra cá?’ eu perguntei vendo você assentir. Quanta dor você estava passando? Eu queria agarra-las todas para mim. Eu tive que ir embora antes de você, mesmo que não quisesse.
Depois daquele dia, nunca mais eu te deixei sozinha, mesmo que você quisesse ficar. A sua mãe melhorou aos poucos, e nós comemoramos com muito brigadeiro.
Você me levou pra sua casa, mas seu pai nunca estava. Você me dizia que ele tinha muito trabalho.

O tempo se passava, e eu podia assistir de perto as mudanças em você, as emocionais, e as físicas. Você tinha peitos (S-N)! Você tinha vergonha de colocar biquíni quando saímos para algum clube, mas eu adorava cada parte do seu corpo.
Foi em uma das viagens da escola, nós estávamos no parque aquático, sentados na areia. Através dos meus óculos eu observava você: seu rosto, seus braços, seus peitos, sua barriga, suas pernas. A forma como você mordia os lábios me fazia morder junto, mesmo que eu tentasse com todas as forças esconder a minha vontade de te beijar.
- Você já beijou alguém? – Eu te perguntei, observando você corar.
- Porque essa pergunta?
- Por curiosidade.
- Eu não... Você já?
- Eu beijei a Candice. – Me fiz de orgulhoso, mas você estava me olhando de um jeito estranho. – O que foi?
- Nada. – Você olhou ao redor, e ninguém da nossa escola estava por perto. Os seus olhos se voltaram pra mim, tímidos. – Você quer me beijar, Zayn?
- E-eu... – Comecei, sentindo minhas bochechas arderem. Decidi que de nada adiantaria dizer o quanto eu queria te beijar. Eu queria mostrar. Eu me aproximei, e você não recuou. Meu coração acelerou, você fechou os seus olhos, tímida demais para ver o que eu faria à seguir. Nossos lábios se encostaram com calma, negando todas as reações que eu sentia. Seu lábio estava seco, então eu passei a minha língua devagarzinho por ele, e você se arrepiou. Eu apertei meu selinho em você, te soltando em seguida. Você me abraçou e disse a única coisa que não poderia ter dito.
- Você é o meu melhor amigo, Zayn.
Que droga (S-N)! Eu tinha acabado de te beijar, como você foi capaz de me dizer que eu era o seu melhor amigo?!
No segundo colegial, você estava totalmente diferente. O seu corpo era formado, os seus cabelos longos, e você não precisava mais se embrulhar tanto no inverno. Eu também era diferente, percebi que nós não combinávamos tanto assim.
Você estava estudando como uma louca. Dizia que queria ser médica. Me pedia para estudar, mas eu não queria. Eu não havia nascido para estudar (S-N). Mesmo que nós dois ainda não soubéssemos disso.

Ah, você esteve nos dois dias mais importantes da minha vida: A nossa formatura, e a minha audição pro Xfactor. Você não sabia, mas eu havia levantado àquela manhã, e deixado todo o meu nervosismo pra depois só porque eu sabia que você estava comigo. A sua blusa estava escrita “Team Zayn”.
No fim do dia, quando eu soube que estaria em uma banda, você me recompensou. Você me puxou pra um canto nos bastidores e me abraçou como jamais havia feito, disse que não acreditava que eu havia conseguido, eu não conseguia parar de sorrir. Você me encarou, sorriu, e fez aquilo que eu desejava há anos: me beijou.
Foi inocente, um selinho demorado, mas mudou completamente o rumo das nossas vidas. Talvez você não tenha percebido, mas depois daquele selinho, nós nos beijávamos com mais frequência.
Nós já estávamos velhos. A minha banda estava fazendo um sucesso local. Eu fiquei com várias garotas, mas eu não entendia porque depois de todo beijo eu as comparava com você. Porque você tinha que ser tão única?
Na final do Xfactor, pelo menos para a minha banda, eu procurei você por todo canto, mas você não estava. Onde você havia se metido (S-N) ?! Minha mãe me disse que você não ligou avisando. Minha vida estava mudando completamente, e onde estava você para ver isso?
Na volta pra casa, eu te procurei, e você voltou a ser aquela garota triste. Você escolheu isso? Acho que não. Se tivéssemos uma opção, ninguém escolheria ser tão triste.
Então eu soube o porquê, sua mãe passava mal com frequência mas nunca fora tão grave como daquela vez. Você me levou no hospital, e me disse que a sua mãe se lembrava de poucas coisas. Seus olhos estavam brilhando por causa das lágrimas. Sua mãe estava em depressão. Você olhou pra mim e disse ‘um dia... ela vai me olhar e perguntar quem eu sou´ Eu entendi. A sua mãe tinha Alzheimer.
Nós entramos no quarto dela, e os cabelos loiros já não tinham o brilho que eu conheci quando criança, os olhos estavam foscos. Seu pai não estava.
- Mãe... – Você chamou, e ela virou lentamente para você, sorrindo. – Se lembra do Zayn?
Ela não se lembrava, é claro. Mas a sua mãe era tão sábia, ela sorriu e pediu para que eu me aproximasse. Me chamou de querido, e me pediu pra que cuidasse de você enquanto ela estivesse internada.
Você chorou e preferiu sair do quarto. Sua mãe ainda tinha alguma consciência, ela me acariciava, e de certa forma sabia que não havia mais cura para ela. Mas ainda era a sua mãe. Eu entendi de novo. Era por isso que você não estava na final, era por isso que você tinha voltado a ser tão triste: você deixou a sua vida pela sua mãe. Você viveu em função dela. E eu sei que ela está orgulhosa.
Você tinha 19 anos quando ela morreu. Doeu muito, em todo mundo. O seu pai estava no brasil, e eu me peguei pensando sobre como nunca havia falado com ele. Você retardou dois anos da sua faculdade, me acompanhava onde quer que eu estivesse.
- Você tem feito muito sucesso, Zayn. – Você sorriu, acariciando a minha mão.
- Eu ainda sou o mesmo. – Comecei desesperado, repassando na minha mente quantas vezes minhas mãe me pediu para não deixar a fama me mover.
- Eu sei. – Você riu. – Eu também.
- Nós sempre seremos quando estivermos juntos. – Você riu, e eu quase me senti uma criança de volta ao banco, vendo a estrangeira rir pela primeira vez.
O mais incrível veio a seguir, você me beijou. Desde que a sua mãe morrera você não fizera mais. Dessa vez foi diferente, não era um selinho. Era um beijo de verdade. Minhas mãos foram para a sua cintura, eu te apertei. Senti meu coração disparar e minha mente gritar o quanto eu poderia ficar naquele beijo pra sempre.
Eu me senti um virgem. Parecia que eu não sabia onde te tocar. Você era diferente, eu não queria que você cortasse o beijo e me empurrasse, por isso, minhas mãos ficaram comportadas na sua cintura. As suas estavam na minha nuca, puxando meus cabelos, arranhando minha pele.
Percebi que você me queria tanto quanto eu te queria. Que passasse o tempo que fosse, você ainda seria a única a me fazer arrepiar por completo com só um selinho. Nós podíamos ficar com pessoas diferentes, mas você era minha e eu era seu. E seria pra sempre assim.
Minhas mãos coçaram, e eu adentrei a sua blusa, tocando suas costas nuas e quentes. Nosso beijo se acelerou, ganhou mais intensidade, mais sentimento. E era isso que não havíamos compreendido naqueles anos de amizade: Era muito mais do que vontade, do que amizade. Era amor. Era mais do que isso. Era um amor incondicional: mesmo que a vida nos separasse ainda seriamos eu e você ecoando pela minha mente.
Você interrompeu o beijo, achei que tivesse abusado demais. Eu juro que estava pronto para te pedir desculpas, mas fiquei completamente calado quando você acariciou meu rosto, e olhando nos meus olhos sussurrou:
- Vamos para o quarto.
Meu corpo estremeceu, é claro que eu fui com você. Completamente obcecado, apaixonado, desejoso. Você estava se permitindo ser minha? Mesmo que fossemos só amigos?
Por um segundo, toda a minha vida se passou diante dos meus olhos. Eu era famoso. Só na Inglaterra, mas era. E se um dia isso nos separasse? E se tivéssemos que nos afastar por minha causa? Eu poderia ter nos parado ali e feito qualquer declaração, mas eu percebi que te falar jamais seria o mesmo que te provar o quanto eu te amava.
Eu te amava.
Como jamais amei alguém. E estava tão acostumado com esse sentimento que achei que era normal, que era uma coisa de amigos. Decidi que já havíamos perdido tempo demais.
Nossos beijos eram calorosos, desciam pelos nossos corpos, que se encaixavam perfeitamente. Fossem as minhas mãos te apertando, ou a sua boca gemendo, tanto faz. Aquilo estava perfeito aos meus sentidos.
Seu quadril se movia exatamente no mesmo ritmo que o meu, seus olhos apertados e a sua expressão de prazer me faziam querer ficar por cima de você sempre. Naquele gesto, naquele momento e movimento. Somente eu e você no nosso mundo impenetrável.
Seu corpo estremeceu completamente nos meus braços, e pode parecer loucura, mas aquela visão, a de você tendo um orgasmo, era a mais bonita que eu já havia visto.
Acordei no dia seguinte com você deitada ao meu lado, me observando. Eu estava prestes a falar alguma coisa quando você me interrompeu dizendo
- Você tinha razão, você não me soltou.
Meus olhos brilharam diante daquela certeza. A frase que eu usei quando a ensinava a andar de bicicleta acabou valendo para a vida toda. Eu me mantive forte nos seus momentos difíceis, só por você. Eu não te soltei. E percebi, ali, que nunca seria capaz de soltar.
Era rotina voltar de viagens com a banda e encontrar você somente de calcinha e alguma blusa minha, fazendo o jantar. Não estávamos namorando, e não precisávamos de rótulos.
- Meu pai quer te conhecer. – Você disse em meio a um dos nossos jantares, e eu quase coloquei tudo pra fora. Sempre soube que o seu pai te tratava como uma princesa, afinal você era a única filha dele. E se, aos olhos dele, eu não fosse bom o suficiente?
Nós viajamos juntos para o interior, para a cidade em que o seu pai estava morando. À cada parada em um farol, você insistia em soltar o cinto e me abraçar, gritando que era um abraço de urso. Que droga, de onde você tirou isso (S-N)? O seu abraço de urso, parece literalmente, o de um urso.
Foi um dos dias mais difíceis da minha vida. O seu pai estava sério, de terno e gravata. Ele era advogado e havia acabado de sair de uma sessão. Me senti um idiota diante da inteligência dele.
Sua madrasta era fotografa, e admita você ou não, ela sempre foi legal.
- Pai. – Você entrou em casa na minha frente, o abraçando assim que o vira. Ele te abraçou apertado, abriu os olhos e me encarou de cima a baixo.
- Esse é o Zayn... Meu...
- Já estou sabendo quem ele é! – Estendeu a mão para que eu cumprimentasse.
O clima esteve pesado no jantar (S-N), só você não percebia os olhares que seu pai me lançava. Na casa também estavam suas tias, sua avó e a filha da sua madrasta.
Enquanto você colocava Hannah Montanna para a sua meia irmã dançar,  seu pai se aproximou com um coquetel.
- Escute... Você tem uma banda, e a (S-N) não é como uma garota qualquer. Ela tem muitas feridas à serem curadas. Mas não precisa de uma música bonitinha que te faça ganhar mais dinheiro. Ela precisa de alguém com paciência e com amor o suficiente para segura-la enquanto ela se cura. Eu não sei ‘qual é a sua’ Zayn. Mas é melhor que saiba que (S-N) jamais vai estar inteira pra você, e se você acha que não pode lidar com isso, é melhor que caia fora da vida dela antes de a machucar. E se a machucar, saiba que você não vai sair impune dessa. – Eu abri a boca para dizer algo, mas ele me interrompeu. – Não quero ver a minha menina sendo exposta pelas câmeras, não quero que digam que ela é só mais uma vagabunda que Zayn Malik está pegando.
Eu estava pronto para dizer à ele, para mostrar pra todo mundo o quanto eu te amava. Como eu estive presente na sua vida até mais que ele. Como eu queria que você fosse só minha. Que jamais iria te expor dessa maneira. Mas ele não deixou, ele simplesmente bebeu um gole do seu drink, e saiu.
- Não ligue para ele filho... – Sua avó veio para perto de mim, passando a mão pelo meu ombro. – Esse velhote não sabe o que diz!
Acho que nunca mencionei o quanto eu gostei da sua avó. Você já parou pra perceber como ela pode ser engraçada? Foi por isso que ficamos horas conversando naquela noite.
Na hora de dormir, seu pai fez questão de dizer que eu dormiria no quarto de hospedes, mas que ele não estava devidamente organizado para receber uma estrela do pop. Vem cá, o seu pai tem algum trauma com cantores?
O quarto de hospedes era frio demais sem o seu calor por perto. Você estava dormindo com a sua irmã. Meu pensamento estava no quarto de vocês, mais precisamente, eu trocando de lugar com a pequena Louise.
Eu estava prestes a pegar no sono, quando ouvi a porta do meu quarto se abrindo, claro que era o seu pai. Fechei meus olhos, usando todos os dotes artísticos que eu tenho para fingir que estava dormindo. Mas eu senti um corpo se aninhar ao meu na cama de solteiro. Era você, beijando o eu pescoço.
- (S-A), o que faz aqui? –Sussurrei.
- Eu não quero dormir sem você.
E bom, a única coisa que nós não fizemos naquela noite foi dormir. No dia seguinte, nós estávamos cansados e com olheiras.
A sua família é muito difícil (S-N), estou sendo sincero. Caramba, porque o seu pai não podia simplesmente me tratar como alguém normal? Vocês fizeram um churrasco tipicamente brasileiro, disse ele. E me colocou para ajudar. Eu não sei nem lavar as minha cuecas, quem dirá cozinhar?
Provavelmente ele disse que não era bom o suficiente pra você. Então ele chegou, Adam. Fiquei sabendo que vocês foram criados juntos. Ele também era médico. Seu pai me contou todas as histórias que vocês viveram desde o nascimento até pouco antes de você se mudar para o brasil. Minhas mãos tremiam de raiva quando eu via os olhares que ele te lançava. E só pirou quando assisti o olhar que ele me lançou quando você me apresentou como seu namorado.
Naquela tarde, enquanto todos saiam para o mercado, nós discutimos. Foi ciúmes meu, devo mencionar que também nunca lhe pedi desculpas por isso. Me desculpe!
Você me disse que só tinha olhos pra mim, e que o seu pai gostava sim de mim. ‘Jura?’ foi o que eu respondi antes de ir para a sala com Louise.
Naquela noite você não foi para o meu quarto.
- Zayn, sente-se conosco, sim? – Seu pai chamou quando eu estava prestes a dar meia volta por ver que você ainda não havia acordado. Sentei-me e passei o café da manhã todo ouvindo as realizações profissionais de Adam. Até você descer, cumprimentou a todos com um bom dia, e me olhou chateada.
Droga, você ainda estava chateada pelo meu ciúme bobo. Seu pai percebeu pois me olhou. Acho que nunca vi tanta diferença entre vocês dois. O olhar dele era completamente inexpressivo. Eu jamais saberei o que se passava pela mente, até então, maligna dele.
Você ficou entre eu e Adam no balcão para pegar o seu pedaço de bolo. Eu te abracei pela cintura, puxei-a para mim e depositei um beijo no seu ombro. Aquele, junto com todos os mimos que eu te fiz durante todo o dia, foram o meu pedido de desculpas.
‘- Escute Zayn... – Seu pai me chamou – Sinto muito se te causei problemas com (S-N)... Desculpe se te comparei com todo e qualquer outro cantor. Se ela está feliz, eu estarei´
Nessa carta toda, essa é a frase mais destacada, porque eu esperei dois anos para ouvir isso do seu pai, desde o dia em que o conheci. Dois anos suportando Adam e sua missão humanitária de salvar vidas. Suportei não por mim, ou pela admiração do seu pai. Suportei unicamente por você. Porque por você tudo aquilo valia a pena.

E nós finalmente chegamos ao hoje. Ao agora, você está deitada na minha cama com a minha camisa do Boyce Avenue, também está usando uma calcinha preta. Ela é a minha favorita, se você quer saber.
Eu não estarei aqui pela manhã, a banda tomou proporções assustadoras, essa vai ser mais uma longa viagem. Mas quando você acordar, espero que a primeira coisa que faça é sorrir. Porque quando você sorri, eu também sorrio. Porque se o dia está bom pra você, então ele estará pra mim.
Deve ser por isso que dentre todas, eu só quero você.
Porque não serão milhões de outras mulheres que vão me ensinar matemática, ou se embrulhar toda para o frio. Elas não vão correr para os meus braços quando estiverem tristes. Não serão outras milhões que me faram sorrir diante de um problema, ou chorar no cinema. Não me motivarão a realizar meus sonhos, e não me farão sentir capaz de tudo quando as tenho comigo.
Não serão elas
É você.
Só você.
Casa comigo?”



N/A: Espero que gostem desse imagine. A segunda votação já está pronta, eu começo a postar os dois imagines na semana que vem. O primeiro imagine a ser publicado é o Beauty like a Beast, votem no segundo imagine!