Inspirado em 'Whoever she is - The Maine. Pedido feito por anônimo.
10 coisas para serem feitas em seis meses:
1-
Pular
de paraquedas.
2- Conhecer
um cara legal e ter uma boa noite de sexo.
3-
Ter
um cabelo azul.
4-
Fazer
uma tatuagem.
5-
Dar
valor à alguém que aparentemente não merece.
6-
Realizar
um sonho de adolescente.
7-
Viajar
sem rumo e sem dia para voltar.
8-
Comprar
uma Polaroid e fotografar tudo o que está nesta lista.
9-
Viajar
para Áustria.
10- Mudar a vida de alguém.
Ela
sorriu fechando o seu diário e olhando pela janela afora. Suspirou pesado,
tentando inutilmente impedir que a dor lhe tomasse novamente. Não iria se
rebaixar ou se deixar vencer. Agora ela seria ela, e faria tudo por ela. Se
permitiria, uma vez, ser egoísta.
Niall
sentiu duas mãos pequenas lhe afagarem o rosto, sorriu internamente, murmurando
palavras desconexas. Ah, como ele amava acordar com esse carinho. Sentiu o
corpo relativamente pequeno se aninhar ao seu peito e suspirou, sabendo que era
hora de levantar. Virou o rosto, sorrindo em direção aos grandes olhos azuis
que lhe encaravam.
- Coda – Murmurou ela. – Coda, papai.
-
Papai já acordou, meu amor. – Sorriu, beijando a testa da pequena Charlote.
-
Beso – Pediu ela, ele sorriu
envergonhado, ainda se acostumando com o novo carinho preferido de Charlote.
Selou seus lábios rapidamente nos dela, vendo-a sorrir e abraçar ele. A abraçou
de volta, sentindo o calor dela passando para si.
Levantou-se
com cuidado e carregou Charlote consigo até o banheiro do quarto, colocando-a
sentada na bancada enquanto escovava os dentinhos dela com uma escova da barbie
e pasta de dente de framboesa.
Desceu
as escadas ainda com a garota no colo. Ela não parava de falar, e ele não
parava de rir. Não por achar graça dela, mas de si mesmo, já que não conseguia
entender nada.
Charlote
tinha dois anos, e ainda falava enrolado. Mesmo que completamente adorável, ele
sabia que deveria ter mais tempo para ensina-la palavras novas.
Estava
preparando o mingau de sua filha quando a campainha tocou, vendo Charlote fazer
um escândalo na cadeirinha.
-
Tita.
Ele
riu.
-
Sim, é a titia. Ela vai ficar com você hoje, Char. Promete pro papai que vai
ser uma boa garota?
-
Po... Pom... Pome
-
Tudo bem, deixa pra lá. – Riu mais um vez, indo em direção à porta da sala.
-
Florence! – Cumprimentou-a com um aceno. – Eu tenho uma reunião importante
daqui pouco, não acho que vá demorar, mas você sabe... Preferi não arriscar
leva-la para o escritório.
-
Não se preocupe Niall, eu adoro passar o dia todo com a minha sobrinha
lindazinha né tchutchuca? – Disse ela com uma voz extremamente afinada e
infantil, que fez com que Niall fizesse uma careta.
-
Tudo bem. Vejo vocês no almoço. – Deu um beijo na filha e na irmã, pegou seu
terno que estava pendurado e saiu rumo ao seu Audi Rs7.
Niall
era um advogado renomado na cidade. Trabalhava todos os dias, das sete da manhã
até as oito da noite. Nas últimas duas semanas havia entrado de férias, mas
seriam feitas alterações no escritório, por isso deveria comparecer à reunião,
que seria compensada com mais um dia de férias.
O
transito no centro de Londres estava infernal, e ele repetia mantras em voz
alta para se acalmar, não precisava ficar nervoso justo agora. Passou os olhos
várias vezes pela rua de seu escritório, não vendo nenhuma vaga para
estacionar. Xingou alto, apertando as mãos no volante, já começara a ficar
irritado.
Decidiu
que deixaria o carro em um estacionamento pago, afinal, não era seguro deixar
em qualquer rua. O estacionamento, no entanto, ficava à três quadras do prédio.
Andando,
ele sentia as mãos ficando cada vez mais frias. Londres era irritantemente frio
de manhã.
Mais à frente viu um grande grupo de
jovens na calçada, cantavam e tocavam violões. A fachada de uma loja fechada
estava completamente cobertas por cartazes coloridos. Revirou os olhos.
“Baderneiros, ótimo, é tudo o que eu preciso”.
Abaixou o
rosto e tentou passar despercebido pelos jovens, mas algo lhe chamou a atenção.
Era uma garota. Ela tinha o cabelo azul. Não era bem azul, daquele escandaloso,
era um tão claro, que mais parecia cinza, com mechas roxas nas pontas.
Na blusa que
ela vestia estava escrito “Free Hugs” e ele percebeu que a encarava demais
quando ela deu um sorrio doce para ele. Niall abaixou o rosto e continuou
andando.
- Isso não
foi muito educado da sua parte. – Ouviu uma voz macia ao seu lado, e levantou o
rosto, apenas para confirmar que a menina do cabelo azul estava ali.
- Sinto
muito, não tenho tempo para educação. – Sabia que ela se referia ao fato de ele
ter negado um abraço e ignorado todos os jovens presentes.
- Seu dia
parece péssimo. – Ela comentou.
- E você
parece empenhada e piorar ele. – Respondeu amargamente.
- Um abraço
pode mudar seu dia, sabia?
- Olha,
moça. Eu mal tenho tempo de respirar, imagina de parar e te dar um abraço. –
Percebeu ele que ela o seguia por mais de um quarteirão.
- Se você
tivesse parado de discutir, poderia ter ganhado seu abraço e ir sem pressa para
o trabalho. – Ele apenas revirou os olhos. – Você é sempre assim tão... Amargo?
- Não, eu
não sou sempre assim. Só quando eu estou atrasado para um reunião importante, o
transito da cidade está uma merda, e uma estranha decide me perseguir me encher
a paciência.
- Uh, essa
correria ainda vai acabar com você, sabia? É o mal do século... Tempo.
- Desculpa,
não tenho tempo pra refletir com
você. – Apressou o passo, deixando-a sozinha para trás.
- Você quem
sabe, eu tentei ajudar. – Ouviu a voz dela, divertida, e sentiu-se ainda mais
irritado.
Chegou ao
trabalho sorrindo falso para todos ali presente. A reunião logo começou.
Sentiu-se ainda mais estressado quando soube que as informações sobre mudanças
não precisavam ser ditas à ele. Ele era sócio do escritório, sim, mas não eram
coisas que precisavam urgentemente serem passadas. Eram apenas novas regras de
trabalho, que entrariam em vigor em três meses.
Enquanto
fingia atenção ao seu sócio falando, rabiscara em sua folha:
10 fatores
irritantes do dia de hoje
1-
O
frio matinal.
2-
O
transito de Londres.
3-
A
falta de estacionamento.
4-
A
reunião.
5-
Os
motivos da reunião.
6-
Meu
sócio.
7- Essa
cadeira desconfortável.
8-
O
barulho que a Luci faz ao tomar o café dela.
9-
Abraços
grátis.
10- Garotas de cabelos azuis.
Suspirou
uma ou duas vezes, olhando à cada cinco minutos para o relógio. Quando a
reunião acabou, ele poderia levantar as mãos pros céus e agradecer. Teria dois
meses longe daquele inferno particular. Suas amadas férias.
Não
falou com ninguém enquanto saia do prédio, mas sua cabeça estava com um
turbilhão de pensamentos. Não que odiasse seu trabalho, mas as vezes ele
realmente pensava que precisava de um break. Queria ficar com Charlote, queria
mimá-la, sair com ela, ensinar-lhe novas palavras, não queria ter que ficar se
preocupando com novas regras.
Quando
viu o grupo de jovens, revirou os olhos mais uma vez. A garota de cabelo azul
ainda estava lá, mas dessa vez, ela abraçava uma senhora, que parecia muito
carente, inclusive. Não deixou de reparar que a garota fechava os olhos
enquanto a abraçava, parecia fazer aquilo com tanto amor.
“Um
abraço pode mudar o seu dia”
Afastou
o pensamento e passou pelo grupo de jovens de cabeça baixa.
-
Não vai me abraçar nem agora? – Ouviu novamente aquela voz, que de doce se
transformou em irritante.
Eles
andaram alguns bons passos de distância, da festa que o grupo fazia, em
silêncio.
-
Você quer tanto um abraço meu? – Ele parou, encarando-a nos olhos.
-
Eu não quero, mas você precisa.
-
Eu não costumo tocar em estranhas. – murmurou ele.
-
Tudo bem. Mas um dia, você vai precisar de um abraço! E quer saber? Eu não
guardo rancor. Você vai saber onde me achar!
Ela sorriu estranho e foi para perto dos
amigos. Olhando na direção dele apenas mais uma vez. Niall, no entanto, ficou
parado por um momento, pensando no quão estranho era aquilo.
Que tipo de
pessoa abraça um estranho, assim, no meio da rua? Nunca se sabe onde ele
colocou as mãos, ou quando foi a última vez que tomou banho. Revirou os olhos e
andou em direção ao seu carro.
Ela corria
por entre as árvores, ouvindo a música alta no seu fone, o parque ecológico lhe
passava boas sensações. Gostava de ficar ali, sentir a umidade do ar, gostava
de caminhar pelos caminhos de pedra, ou de ouvir o som da pequena cachoeira que
ali havia.
- We found
love in a hopeless place... – Cantarolou baixinho e com dificuldades por causa
do folego, estava correndo a mais de uma hora. Parou uma ou duas vezes para
respirar. Na terceira, dobrou o tronco e apoiou as mãos no joelhos respirando
fundo. Sentiu um vento frio e percebeu que alguém passara correndo ao seu lado,
olhou em direção à pessoa e sorriu, voltando a correr.
- Olá! – Ela
disse, correndo ao lado de Niall. E a olhou e revirou os olhos. Pra ela era
divertido vê-lo fazendo aquilo.
- Você é
algum tipo de psicopata e está me perseguindo?
- Não, não
que eu saiba – Ela riu. – Hey, eu nem sei o seu nome.
- Eu também
não sei o seu e não estou preocupado com isso. – Ele disse soando grosseiro,
mesmo sem intenção. Ficara com uma impressão ruim desde o dia que a viu pela
primeira vez.
- Sou (S-N)
– ela o olhou, erguendo uma sobrancelha. Viu que ele desistira de voltar seu
fone à orelha. Ele ficou em silêncio por algum tempo até murmurar:
- Niall.
- Nome
legal, Niall. – Respirou fundo. – Vamos apostar uma corrida?
- Eu tenho
32 anos! – Revirou os olhos.
- Não
acredito que está com medo de perder para uma menina de 19! – Ela riu. Ele, por
sua vez, nada disse, respirou fundo segurando um sorrisinho. Começou a correr mais
rápido, mostrando à ela que havia aceitado a corrida. Ela apenas gritou um
“Hey” e correu também, rindo e tentando ultrapassar Niall.
Ambos riam e
Niall pela primeira vez em muito tempo se sentiu uma criança de onze anos, eles
corriam pelas curvas empurrando um ao outro, ele viu as mechas azuis
preencherem seus olhos e riu, desviando, sem querer, os olhos pelo corpo da
garota. Ela vestia um short escrito “Twerk” e ele teve que rir mais alto, se
sentindo particularmente cansado.
- Nós não
combinamos até onde vai essa corrida. – Ele gritou, tentando alcança-la. A
garota era mais forte que ele imaginava!
- O céu é o
limite, meu caro! – riu alto. – Até a cachoeira! Te encontro lá. – Gargalhou
aumentando sua velocidade.
Whoever she is, whoever she may be, one
thing’s for sure: You don’t have to worry.
(Quem quer que ela seja, quem quer
que ela possa ser, uma coisa é certa: você não tem que se preocupar)
Niall também
aumentou o passo, não querendo perder a garota de vista. Mal podia acreditar
que, ele, no auge dos seus 32 anos e da sua carreira brilhante em advocacia,
estaria às quatro horas da tarde apostando corrida com uma menina de 19 anos.
Uma criança, perto dele.
De qualquer
forma, não iria perder!
- Você vai
comer poeira (S-N)! – Ele riu mais alto, ultrapassando ela. Correu, sem olhar
pra trás, até que parou de ouvir os passos dela. Preocupado, olhou ao seu redor
e a viu ao longe, apoiando-se na barra de ferro que separava as árvores dos
caminhos de pedras. Voltou correndo. – Está tudo bem?
Ela tossiu algumas
vezes e teve um pouco de dificuldade para respirar, Niall pegou na cintura
descoberta dela, ajudando-a a andar até um dos bancos de madeira que ficava
perto do lago com a cachoeira. Eles se sentaram, observando as pessoas que
andavam ou faziam piqueniques por ali.
- No fim...
Você venceu. – Ela comentou fraca, mas com um sorriso doce.
- Eu não
cheguei até aqui. – Ele a olhou, sorrindo também.
- Porque
parou pra me ajudar.
- Você tem
certeza de que está tudo bem? – Ela engoliu em seco, não sabia o que dizer, não
sabia o que estava acontecendo, só sabia que não era bom. Mas assentiu, não
achava que ele precisasse saber daquilo.
Eles olharam
para as crianças que corriam em direção ao sorveteiro e riram.
- Você quer?
– Ele perguntou, apontando para o homem em uma pequena van com tema de doces.
- Creme. –
Ela sorriu, vendo-o se levantar e ir em direção ao vendedor. Enquanto ficou
sozinha (S-N) sentiu os grampos na cabeça coçarem um pouco, respirou fundo,
fechando os olhos. Sentiu-se levemente tonta. Sabia que precisava voltar, mas
não queria sair de perto do homem, cujo lhe comprava um sorvete.
- Você está
pálida! – Ouviu a voz dele soar com um leve tom de preocupação.
- Acho que a
minha pressão caiu um pouco, você sabe... Corri demais. – Deu um sorriso
amarelo, ainda sentindo os grampos lhe incomodarem.
- Então
tome, o doce vai ajudar, eu acho. Ou é salgado? – Ele riu, sentando-se ao lado
dela.
- Eu não
faço ideia.
- Então,
(S-N), conte-me sobre você. – Pediu Niall, atacando o seu sorvete. Ela riu.
- Olha só,
que evolução. Pensei que me achasse uma louca maníaca.
- Eu não
disse que parei de achar, só quero saber se você é confiável e sabe se
controlar. – Ambos gargalharam.
- Muito
engraçado.
Eles
terminaram o sorvete e andaram até a saída do parque, onde o carro de Niall
estava estacionado.
- Foi bom te
ver. – Ela disse, sorrindo. Acenou com o rosto e andou pela calçada.
- Espera. –
Ele chamou. – Você não está de carro?
- Ah não,
minha casa não é muito longe.
- Então eu
te dou uma carona. – Disse ele, que se manteve firme mesmo com as negações
dela. – Não vou deixar você passando mal andando por ai. Vamos. – Ela sorriu,
aceitando e entrando no carro.
- Carro
legal.
- Obrigada.
Eles foram
ouvindo Beatles até (S-N) colocar uma música do Backstreet boys, que deixou
Niall indignado.
- Então você
é obcecada por Boybands desde sua adolescência? – Ele riu. – Tá aí uma coisa
que eu não imaginava sobre você.
Ela não
respondeu, apenas indicou com o dedo o pequeno prédio em que morava. O
contraste de vida entre Niall e (S-N) era quase palpável. Ele se calou ao ver o
lugar.
Niall vivia
em uma casa de dois andares, andava em um Audi e tinha o emprego perfeito. Ela
não trabalhava, gostava de andar, morava em um apartamento de no máximo quatro
cômodos pequenos.
- Tem muita
coisa sobre mim, Niall, que você não imagina. – Ela disse olhando para frente,
coçando sua cabeça mais uma vez. Niall cerrou os olhos. – Obrigada pela carona,
nos vemos por aí. –Ela sorriu e saiu do carro.
Em seu
quarto, ela pegou o diário enquanto observava a lua cheia pela janela. A
escrita do dia era sobre Niall, e sobre como ela se sentiu quando passou mal.
Sabendo agora o porquê do ocorrido.
No fim da
escrita, a única frase que realmente importava era:
“So to hell with the bad news. Dirt
on your new shoes. It rained all of May ‘till the month of June”
(Então pro
inferno com as más notícias. Sujeiras nos seus sapatos novos. Choveu todo Maio
até o mês de Junho)
E no fim da
pequena frase da sua nova música preferida ela acrescentou:
“É a minha
vida, e eu não pretendo desistir.”
Deitou-se,
demorando mais que o usual para dormir àquela noite.
Niall chegou
em casa e foi direto pro banho, Charlote estava na casa de Florence e logo
chegaria também. Ele estava exausto, mas admitia: havia gostado do dia. (S-N),
no fim das contas, era uma pessoa legal.
Estava na
cozinha quando ouviu um baque na porta e um gritinho animado, sorriu sabendo
que sua garotinha estava ali.
- Char. –
Ele chamou, ouvindo-a se animar ainda mais. Havia tirado o dia para cuidar de
si mesmo, agradeceu por ter uma irmã apaixonada pela sobrinha, não saberia o
que fazer se precisasse ouvir os resmungos de Charlote o dia todo e fingir que
entendia.
Eles comeram
enquanto Char falava, ou melhor, tentava falar sobre o seu dia. Quando o
relógio marcou nove da noite, ele banhou Charlote e leu a história da Branca de
Neve para ela, que adormeceu na terceira página.
Voltou para
a garagem ao ver que tinha deixado seus fones no carro e percebeu que não fora
só ele que esquecera algo. (S-N) havia deixado lá seu celular. Ele olhou
confuso para o aparelho, pensando que poderia leva-lo até ela, ou esperar ela
ligar.
Decidiu que
pensaria no que fazer no dia seguinte, levou cobertores mais pesados para o
quarto, deitou-se em sua King Size e começou a assistir um filme qualquer de
suspense. Dormiu na terceira parte.
Ela acordou
com o barulho que o celular fazia em seu criado mudo. E sorriu, já sabendo quem
era e o que queria.
- Oi. – Ela
respondeu tímida, detestava falar no telefone desde sempre.
- Você
percebeu o que aconteceu, né?
- Sim. –
Gargalhou, mais à vontade por confirmar que era ele com quem falava.
- Como vamos
fazer para destrocar?
- Porque
você não me encontra hoje no Teenage’s club?
- (S-N),
pelo amor de Deus, eu tenho 32 anos, não vou em um lugar lotado de adolescentes
que toca músicas de bandas de garagem.
- Seu
preconceito me encanta, Niall! – Ela revirou os olhos. – Vamos lá, por favor. –
“Você vai estar participando da minha quinta opção da lista e nem vai saber.”
Completou ela, mentalmente. – Prometo que vai se divertir.
Ele ficou um
tempo em silêncio, e ela ouviu berros e uma vozinha feminina ao fundo. Sentiu o
estomago revirar.
- Quem é,
Niall?
- Ninguém,
(S-N). Hoje às oito no club? – Ele mudou de assunto.
- Te vejo
lá.
Eles
desligaram o telefone, e voltara imediatamente para suas realidades diferentes:
Ele à alimentar uma criança. Ela, a observar a janela deitada de barriga para
cima.
- (S-N),
como está? – Perguntou Luci.
- Tudo
bem... Luci, preciso sair mais cedo hoje!
- (S-N), eu
não sei se devo...
- Eu tenho
um encontro! – Disse rápida, atraindo a total atenção de Luci para si. Não era
realmente um encontro, mas de qualquer forma, precisava convencer a mulher.
- U-um
encontro? – Ela respirou. – Nesse caso, eu te libero. – Sorriu amigável.
Niall já
estava devidamente vestido quando a campainha tocou. Depois da bronca de
Florence por ele não levar sua filha ao seu ér... Encontro, pode finalmente
sair de casa, com um sorriso no rosto, e as mãos suando contra o couro do
volante.
A fachada do
pub estava em neon, mais imprudente impossível, pensou ele. Porque é que ela
não escolheu um lugar mais adequado para uma conversa? Talvez um restaurante.
Entrou no
lugar mesmo assim, avistando-o lotado de pessoas, e uma banda de adolescentes
no palco. Típico. Olhou por todos os lados e a viu sentada em uma mesa com uma
poltrona que a circundava. Ela conversava com um velho bêbado, mas sorria
encantada, e parecia prestar atenção em tudo o que ele dizia. Niall quis rir,
talvez ela estivesse bêbada.
- Vejo que
encontrou uma companhia melhor. – Ele comentou, vendo as duas atenções serem
levadas para si.
- Niall. –
Ela exclamou mais animada que o usual.- vem, senta com a gente. – O chamou com
a mão. Ele se sentou ao lado dela, olhando de forma estranha para o velho
bêbado com cara de motoqueiro à sua frente. – Ele tá contando uma história
incrível. – Ela sussurrou segurando de leve na mão dele e colocando-a sobre a
sua coxa, entrelaçada com a sua. Niall não pode deixar de olhar as mãos unidas
na coxa descoberta da menina, sentiu-se diferente, mas aquilo era tão
espontâneo dela, sabia que ela não queria provocar, até porque estava
interessada demais na história do velho.
“5- Dar valor à alguém que
aparentemente não merece”
Niall, que
estava completamente alheio ao que o velho dizia, somente ouviu a última frase:
“- E no fim,
nós descobrimos, que para enfrentar todos aqueles problemas, só precisávamos de
um copo de cerveja e uma boa dose de coragem.”
Niall
percebeu (S-N) inquieta desde que o tal velho fora embora, tentou perguntar se
tinha algo de errado, mas ela sempre negava.
- Você quer
dançar?- Perguntou ele, vendo-a arregalar os olhos.
- Pensei que
não dançasse.
- Eu posso
tentar fazer isso, se for pra melhorar sua cara.
- O que tem
de errado com a minha cara, Niall? – Ela perguntou brava.
- Nada, é só
que... Eu gosto do seu sorriso, blue. – Ela sorriu levemente, gostando do
apelido. Murmurou um “blue” baixinho, e pegou a mão dele, indo até a pista de
dança.
Niall era
completamente enferrujado, e ela se divertia assistindo ele arriscar alguns
passos. Estava, por àquele momento, se esquecendo de tudo ao seu redor. A banda
de rapazes era até boa, na opinião dela.
Saíram do
bar às duas da manhã, completamente suados. (S-N) carregava os sapatos nas
mãos, e ele ria sem parar.
- Não vou te
deixar dirigir neste estado, Niall. – Ela riu, o segurando pela cintura.
- Eu tô
muuuito bem, Blue.
- Eu sei que
tá, a bebida faz isso. – Ele a encarou, por alguns minutos, observando cada
detalhe dela. Ela se vestia, exatamente, como uma adolescente. Como poderia ele
ter se sentido atraído naquele momento? Ele tinha idade para ser o pai dela!
- Você
dirige? – Ele perguntou de repente, vedo-a negar. – Confia em mim?
- Eu deveria?
– Ela o encarou, vendo-a apenas acenar com o rosto, controlando-se para não
deixar que os olhos se fechassem. - Porque?
- Eu não
quero ir pra casa agora. – Reclamou. – Podemos dar uma volta?
- Já disse
que não vou deixar você dirigir, porque não ligamos para algum parente, ou
amigo seu?
- E se
andarmos primeiro e depois fizermos isso?
- Você vai
deixar seu carro aqui? Não acha perigoso?
- Eu posso
pagar para algum funcionário ficar de olho nele.
- Você quem
sabe. – Ela deu de ombros, observando-o fazer uma cara sóbria e entrar
novamente no bar. Saiu de lá cinco minutos depois, dizendo ao jovem que lhe
pagaria algumas centenas se ficasse com os dois olhos grudados no carro.
- Vamos? –
Deu o braço para que (S-N) se encaixasse. Eles andaram em silêncio por uma
pequena e florestada rua de pedras, meio isolada da cidade, onde muitas mansões
residiam.
Após algum
tempo de caminhada, e poucas palavras trocadas eles sentaram em uma calçada,
Niall, mais precisamente, deitou.
- Sabe,
(S-N), você me faz sentir como um adolescente, e eu gosto disso. – Admitiu
tímido, vendo-a sorri abertamente. Ela não admitira aquilo nunca, mas sentiu o
coração pular quando o ouviu. Gostava da companhia dele, dos olhos e de como
eles se fechavam quando ele sorria. – E eu só te conheço há duas semanas. –
Murmurou mais baixo, deixando de olhar o céu estrelado e parcialmente coberto
pelos galhos das árvores, para encara-la, que ria.
- Eu acho
que alguém bebeu demais.
- Não, eu
estou falando sério. Eu gosto da sua companhia, e você estava certa. Eu não me
arrependi de estar aqui hoje. – Levantou-se bruscamente, se aproximando dela. –
Obrigada. – Beijou de leve a testa dela, que por um segundo, prendeu a
respiração.
- Eu é quem
agradeço.
- Porque?
“Porque você
não estaria tão perto se soubesse do que eu sou feita”.
- Pela sua
companhia, pela paciência... – Eles riram, ele voltou a deitar.
- Você gosta
das estrelas? – Perguntou Niall, apoiando seu rosto com os seus dois braços,
sentindo-a se deitar bem próxima à ele.
- Gosto,
porque?
- Eu quase
nunca tenho tempo de reparar nelas, sabe... Mas agora, olhando bem, são bem
bonitas.
- Bonitas...
Só isso? – Perguntou-lhe, rindo.
- Desculpa.
– Niall riu sem graça. – Eu queria uma forma poética de te dizer que agora, de
certa forma, ela vão sempre me lembrar você.
(S-N) ficou
em silêncio o olhando, sorriu de leve vendo-o fazer o mesmo. Não sabia o que
dizer, sentia-se emocionalmente abalada. O que tem acontecido com frequência.
Queria ter algo legal para dizer à ele, mas pensava que nada do que dissesse
seria legal o suficiente. Respirou fundo e deu-lhe um beijo demorado na
bochecha como forma de agradecimento.
Uma semana
se passou desde o último encontro de Niall e (S-N), ela fazia breves anotações
em seu diário sobre quais números da lista já haviam sido feitos.
1-
Feito.
2-
Feito
3-
Feito
4-
Por
fazer
5-
Feito
6-
Por
Fazer
7-
Feito
8-
Feito
9-
Por
Fazer
10- Sendo feito.
Sorriu com o
resultado, mais três coisas e logo estaria satisfeita. Ouviu seu celular tocar
ao longe e saiu da cama sorrindo boba.
- Advinha quem
conseguiu dois ingressos premium para o show do Backstreet boys de hoje à noite?
– Niall perguntou animado.
- Você não
fez isso! – Ela disse mais alto que o normal. – Está me convidando? – Riu.
- Blue, eu
não iria ao show deles com mais ninguém. – Riu de leve. – Posso passar pra te
pegar as dez?
- Claro, vou
estar em casa.
- Ótimo, nos
vemos de noite.
- Tchau,
Niall.
Luci entrou
no quarto quando (S-N) desligou o telefone, e a encontrou pulando ao seu
encontro.
- EU VOU AO
SHOW DO BACKSTREET BOYS, LUCI. – Luci ria sem parar, feliz por ver a garota
naquele estado. (S-N) tossia as vezes, mas nada que lhe fosse impedir de
realizar seu sonho de adolescente.
- E-eu
preciso de roupas. – Arregalou os olhos. – Luci, vamos fazer comprar comigo?
- Ah
querida, eu não posso sair nesse horário.
- Mas... – (S-N)
tentou reclamar, mas sabia que nada faria Luci sair do trabalho.
- E mais uma
coisa... – Começou Luci antes de sair do quarto. – Seus exames ficam prontos
amanhã. – Sorriu triste.
- Eu sei... –
Sussurrou (S-N), mas Luci já havia saído.
Decidiu que
não iria deixar se abalar pela notícia, fora as compras. Tirou um dia
inteiramente para ela. Foi ao salão, fez massagens, unhas, cabelo. Queria estar
linda, assim talvez o Brian a olhasse e se apaixonasse. Assim como ela
imaginava que aconteceria aos seus 15 anos.
No fundo,
não iria admitir nunca, mas não estava se arrumando para Brian, não exatamente.
Pediu
permissão à Luci para passar a noite em sua casa, não lhe fora negado, mas
ouviu milhares de regras sobre se comportar e o que fazer caso passasse mal
novamente.
Às dez em
ponto Niall estava parado na porta do seu pequeno prédio, devidamente vestido
com jeans e tênis. Sorriu-lhe quando a viu parada. Niall a olhou dos pés a cabeça,
sentindo seu coração palpitar mais forte.
- Você
está... Linda. – Suspirou, vendo o sorriso doce dela aparecer.
- Obrigada
pelo convite, fico muito feliz.
- Por nada,
Blue.
Partiram em
direção ao local do show, (S-N) contava como ficara feliz em ver que sua
boyband favorita estava de volta, e mais ainda por ter a chance que nunca
tivera antes.
O local do
show tinha uma fila enorme, (S-N) não se aguentava, queria rir, dançar, gritar.
Mostrar sua felicidade para todo mundo. Quem se importava com os resultados dos
exames no dia seguinte?
- Como temos
os ingressos premium, podemos entrar primeiro. – Niall sussurrou perto da orelha
dela, olhando para a fila.
Puxou a
garota para a fila, não tão grande, dos ingressos vip’s, e lá esperaram até a
hora de entrar.
- Nervosa? –
Perguntou ele, quando já entravam na área que foram direcionado. Era exatamente
em frente ao palco, e na sessão deles haviam algumas mesas com petiscos e
garçons passando por todo o lugar oferecendo drinks e água.
- Você nem
imagina o quanto.
Ela sorriu
animada, e Niall pode ver dentro do brilho dos seus olhos que no fundo ela se
sentia como uma criança. Pensou, por um momento, como ela se sentiria se
soubesse de Charlote, talvez as duas se dessem bem.
Foi
interrompido dos seus pensamentos por gritos e mais gritos, e as vozes
começando a cantar. (S-N) o olhou com lágrimas nos olhos, e ele riu alto,
beijando-lhe os cabelos.
Passou-se
uma hora e meia de muitas lagrimas, sorrisos, uma (S-N) cantando desafinada,
mas ele não se importava. Ela dançava, gritava, como uma verdadeira criança, e
no fundo ele estava se divertindo. Quando pensou que iria ao show dos
Backstreet boys com uma adolescente de cabelos azuis, completamente louca?
Era a última
música, e (S-N) parecia sentir ela, não apenas cantar ou dançar. Niall suspirou
uma ou duas vezes, pegando na mão dela, que apertou a dele. Ela lhe sorriu
completamente extasiada pelo ambiente, pela música, pelas mãos entrelaçadas.
Sussurrou
para Niall um trecho da música:
I've seen it
all a thousand times
(Eu vi todas
as milhares de vezes)
Falling down
I'm still alive
(A queda, eu
ainda estou viva)
Am I? Am I?
(Eu Estou?
Eu estou?)
So hard to
breathe when the water's high
(Tão difícil
respirar quando a maré está alta)
No need to
swim, I'll learn to fly
(Não preciso
nadar, eu vou aprender a voar)
So high, so
high
(Bem alto,
Bem alto)
Quando saíram
da arena, (S-N) estava sorrindo boba, mal acreditando que estava conseguindo
tudo o que queria, e mais ainda: ao lado dele.
Entraram no
carro.
- Podemos ir
fazer algo que eu sempre quis? – Ela perguntou, antes que ele iniciasse um
assunto sobre o show.
- O que,
exatamente?
- Quero
fazer uma tatuagem. – Ela disse, e ele gargalhou. – Estou falando sério, Niall.
- Ah, Blue,
isso não é uma decisão que se tome assim.
- Acredite,
eu não tomei ela agora, por favor, me leva ao estúdio.
- Tudo bem,
mas eu não preciso fazer nada, né? – Perguntou.
- Claro que
não!
- Tudo bem.
(S-N)
indicou-lhe onde ficava o estúdio de um amigo dela, que ficava aberto 24 horas.
- Blue, tem
certeza... – Perguntou à ela, quando pararam em frente ao estúdio.
- Tenho,
vamos.
Saíram do
carro, Niall ficara esperando Blue decidir o que faria.
- Você quer
ir ver? – Perguntou ela, sorrindo-lhe.
- Ah... Acho
melhor não, eu não gosto muito de agulhas. – Eles riram.
- Tudo bem,
eu volto em pouco tempo. – Niall apenas lhe assentiu.
Ficara lendo
revistas sobre tatuagens e piercengs e por um momento passou-lhe a ideia de
fazer uma, mas seu trabalho não o permitia.
Uma hora
depois, (S-N) saiu da sala com o casaco em mãos e um sorriso no rosto. Parecia
satisfeita.
- Estou
curioso. – Comentou Niall, dando de ombros, vendo ela rir.
- Você só
verá na semana que vem, quando eu tirar o plástico que protege.
- Isso quer
dizer que semana que vem nós nos veremos?
-
Exatamente. – Ela riu.
- É uma pena
que o dia de hoje tenha que acabar... – Suspirou vendo-a concordar. Chegaram ao
prédio dela, Niall saiu do carro primeiro e abriu a porta para a garota, que
sorriu agradecida.
- Eu nem sei
como te agradecer por tudo Niall, de verdade. Hoje foi incrível e eu não vou
esquecer tão cedo. Eu estou muito feliz, de verdade.
- Isso... Não
foi nada, Blue. Eu quero mesmo ver você sorrindo assim. – Ele colocou uma mecha
do cabelo azul atrás da orelha dela, vendo alguns fios pretos. Estranhou, nunca
havia chegado tão perto dela, nem reparado que por baixo do azul das pontas e
raiz, havia alguns resquícios pretos. Quando se deu conta, percebeu que se
aproximara ainda mais, e que ela lhe encarava curiosa. Sorriu docemente,
levando seus lábios para a testa dela, segurando-a na nuca. – Só promete que
vai sorrir assim sempre que eu t deixar feliz. – (S-N) sentiu o coração rugir
em felicidade, podia morrer agora mesmo que nem se importaria.
- Prometo. –
Ela sussurrou baixinho, encostando seus lábios nos dele com força e
necessidade. Niall não se assustou ou se afastou, pelo contrário, tinha tanta
vontade quanto a menina. Puxou-a para mais perto, descendo suas mãos para a
cintura dela, abraçando-a com força. (S-N) levou suas mãos até os cabelos
loiros dele, apertando os fios por entre seus dedos. As línguas dançavam em
ritmos diferentes, desajeitadas, mas adoravelmente perfeito. O carinho no
cabelo de Niall o relaxava, o fazia não pensar em nada, apenas sentir. Naquele
momento o desejo que vivia em segundo plano dentro dele fora colocado para
fora. Não aceitara a corrida, fora ao teenage’s club e assistira ao show do
Backstreet Boys à toa; Fizera por ela.
O beijo se
partiu com pequenos selinhos. Nenhum dos dois queria realmente se separar, por
isso, assim que os lábios se desgrudaram, (S-N) tratou de abraça-lo pelo
pescoço, enterrando seu rosto ali e sentindo o cheiro dele. Niall cheirou e
beijou seus cabelos, pela primeira vez sem saber o que dizer.
- Pode
prometer que vai fazer isso também quando ficar feliz? – Disse a primeira coisa
idiota que lhe veio à cabeça. Ela riu contra a pele dele, vendo-o se arrepiar.
- Não se
acostuma... –Deu-lhe um selinho. – Preciso entrar.
- Tem...
Certeza... Disso? – Perguntou Niall, interrompendo a si mesmo para beijar os
lábios dela. Que riu em seguida.
-
Infelizmente...
- Tudo bem,
podemos jantar amanhã? – Perguntou ele.
- Claro,
onde?
- Na minha
casa, vou cozinhar pra você. – Ela gargalhou.
- Espero que
se garanta na cozinha.
- Eu me
garanto em muitas coisas, Blue.
- Isso foi
horrível. – Ela gargalhou, sendo interrompida pelos lábios dele novamente. –
Nos vemos amanhã, boa noite.
(S-N) se
desgrudou dele, e entrou em seu prédio, antes que sua vontade falasse mais alto
e ela voltasse para os braços dele.
Dormiu com a
blusa que fora ao show, sentindo o cheiro do perfume de Niall durante toda a
noite.
(N/a) a continuação saí na terça (18/02)